Alguns estudos científicos destacam que o chocolate amargo, com teor de cacau superior a 70%, representa uma fonte significativa de flavonoides antioxidantes. “Essas substâncias protegem as células contra os danos dos radicais livres e também contribuem para a redução de inflamação e melhoram o perfil lipídico, atuando na diminuição do colesterol LDL, aquele que é considerado ruim”, explica Roberta Campos.
No Brasil, pesquisadores da Universidade Federal Fluminense descobriram, no início deste ano, mais um benefício do cacau. Segundo eles, o consumo diário de chocolate amargo pode ajudar os tabagistas a se livrar do vício, considerando que o consumo diário de uma porção de 40 gramas desse tipo do produto pode reduzir a vontade de fumar sem comprometer as medidas corporais.
“Os fumantes são muito seletos com os alimentos que consomem, porque a nicotina age no metabolismo e interfere nas papilas gustativas da língua, reduzindo a sensação de sabor”, explica Roberta.
Duas pesquisas publicadas no ano de 2020 – uma no European Journal of Preventive Cardiology e a outra na Nature Scientific Reports -, reforçam a relação entre o consumo regular de chocolate amargo e a redução do risco de doenças cardiovasculares, hipertensão e tromboembolismo venoso.
Ambos sustentam que os antioxidantes presentes no cacau agem como fatores essenciais na preservação da saúde do coração. Outra vantagem, segundo os cientistas, é que o chocolate é responsável pela liberação de endorfinas, hormônio que intensifica a sensação de prazer.
Mesmo com tantos pontos a favor do chocolate, a nutricionista Roberta Campos faz um alerta para que o seu consumo seja sempre benéfico. “É essencial consumir chocolate com moderação e preferir os tipos com maior teor de cacau. Evite as marcas que citam o açúcar como o principal ingrediente e opte por produtos sem adição de gorduras não benéficas, como a hidrogenada”, orienta.
Ela sugere que o consumidor evite os chocolates que contenham lecitina de soja, aromatizantes artificiais e outras adições desnecessárias. “Os processos industriais, como aquecimento, torra e fermentação, acabam interferindo nas propriedades nutricionais do alimento e, consequentemente, nos benefícios que ele pode trazer para a saúde”, destaca.