Recentemente, a morte de duas crianças relacionadas à desafios online chamaram a atenção de pais e da sociedade médica. No último domingo (13), Sarah Raíssa Pereira, de 8 anos, morreu no Distrito Federal após inalar o aerossol de um desodorante. Em 2022, um garoto de 10 anos faleceu em Belo Horizonte também devido ao “desafio do desodorante“.
Diante dos casos, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu um alerta sobre os riscos à integridade física e emocional das crianças e dos adolescentes por trás dos desafios disseminados em redes sociais.
Segundo dados do Instituto DimiCuida, pelo menos 56 crianças e adolescentes de 7 a 18 anos morreram ou tiveram ferimentos graves entre 2014 e 2025 ao participar de jogos ou desafios online. Entre os comportamentos de risco mais comuns estão práticas de sufocamento, asfixia, apneia e autoagressão.
Como os pais e a sociedade podem proteger as crianças?
O Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital da SBP recomenda que o tema seja abordado por médicos, especialmente os pediatras, durante as consultas, sob o alerta dos riscos relacionados aos desafios online.
No documento “#Menos Jogos Perigosos #Mais Saúde“, a sociedade orienta que os pais e cuidadores devem estar presentes na rotina dos filhos, supervisionando atividades online, estabelecendo regras sobre segurança, privacidade e bloqueio de mensagens inapropriadas, violentas ou discriminatórias que podem causar danos físicos ou mentais.
As recomendações pedem, também, atenção e conscientização sobre o tema de educadores escolares, psicólogos e profissionais da área de saúde mental, que trabalham com crianças e adolescentes em diferentes comunidades e circunstâncias. O objetivo é que toda a sociedade esteja atenta não só aos riscos, mas também prepara para que possa atuar de forma preventiva.
Os especialistas também orientam que crianças e adolescentes aprendam sobre regras de segurança e sobre como manter o respeito com colegas nas escolas e no ambiente digital. Além disso, eles recomendam treinamento em habilidades de comunicação emocional e social para compreensão e prevenção dos riscos comportamentais na internet.
Outro ponto de destaque é a importância de denunciar conteúdos com teor inapropriado e desafios que possam levar a riscos físico e mental, para que possam ser bloqueados e excluídos da internet tão logo sejam postados.
Segundo a coordenadora do GT Saúde na Era Digital da SBP, Evelyn Eisenstein, os desafios podem colocar em risco a vida ou a integridade física ou psicológica, além de ocasionar danos irreversíveis.
“Os desafios perigosos na internet correspondem à instigação e à prática de comportamentos, que são considerados como de autoagressão e muitas vezes revestidos de uma falsa impressão de ‘inofensivos’ ou ‘brincadeiras’ e que são divulgados e ampliados com rapidez em imagens e vídeos, também como jogos online, em diferentes plataformas”, afirma.
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